O Conselho Pastoral Diocesano reuniu em Angra do Heroísmo, de 18 a 20 de Novembro de 2011, sob a presidência de D. António de Sousa Braga, num Ano Pastoral em que a nossa Igreja Local está preocupada e a trabalhar sobre a situação das famílias nos Açores, face ao estado de emergência social em que presentemente nos encontramos. O Conselho Pastoral é um órgão diocesano de co-responsabilidade, que nasce e cresce a partir das bases das comunidades cristãs, com uma ampla representação do Povo de Deus que vive nestas ilhas, com predominância laical.
O plenário debruçou-se sobre os problemas mais sentidos na convivência familiar, as carências detectadas no processo de emergência social e os grupos de risco e respostas existentes, ou falta delas. Os temas foram abordados por peritos baseados em dados e análises reflexivas sobre a situação açoriana, e amplamente aprofundados e debatidos, com os dados que cada conselheiro aportou.
Os problemas mais sentidos pelas famílias nos Açores ao nível da convivência social, de entre outros, são: a falta de diálogo, de tempo de escuta e de ligações inter-geracionais; a desestruturação da família; o abandono dos idosos; a infidelidade; a violência doméstica; o desemprego; uma deficiente gestão do rendimento disponível; a subsídio-dependência; a desresponsabilização das famílias nos processos de desenvolvimento e educação dos filhos.
Na emergência social é de salientar, de entre muitos problemas, a pobreza e a exclusão social, sobretudo quando conjugadas com o desemprego, o divórcio, o alcoolismo, o consumismo, a toxicodependência, o aborto, a promiscuidade, a pobreza envergonhada, o absentismo e o insucesso escolar.
Os principais grupos de risco identificados são: os desempregados; os adictos; os sem abrigo; os portadores de deficiências e perturbações mentais; os repatriados; os delinquentes; os idosos, doentes de baixos rendimentos; os sós; as crianças de ambientes problemáticos; os jovens com falta de horizonte e de projecto de vida; as mães adolescentes e os casais endividados.
Como Igreja podemos valorizar a comunidade cristã local, a proximidade, o conhecimento do mapa de respostas existentes em cada ilha, a sinalização dos problemas, a articulação e a parceria na rede social existente, ou a criar. A Pastoral Familiar terá de dar as mãos à Pastoral Social nos vários níveis de acção local. Deve fazer-se uma aposta na formação, à luz da Doutrina Social da Igreja, de todos os intervenientes na acção pastoral, de forma que os meios de que a Igreja dispõe sejam instrumentos coordenados e eficazes da presença e intervenção de Cristo Bom Pastor e Bom Samaritano em cada um dos nossos meios.
A Igreja nos Açores quer estar mais presente nas realidades terrestres das nossas famílias numa atitude de serviço ao nosso Povo a quem queremos acompanhar juntos nas alegrias e lutas da vida, qual fermento que leveda a massa.
Na solenidade de Cristo Rei e Senhor do Universo
Angra do Heroísmo, 20 de Novembro de 2011
O Conselho Pastoral Diocesano
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